Dentre pequeninos arbustos, com o olhar fixo para o nada, falo baixinho. Só para meu coração ouvir. Tão baixo que as cordas vocais só emitem vibrações... Pulsações, para que o coração possa entender o que eu tenho a dizer.
Séria, decidida e cautelosa explico o que se passa pra ele.
_ Não doa, pois você é jovem demais para perder forças.
_ Não se angustie, pois você é belo demais para parar de pulsar.
Não é que consegui acalmá-lo?
Cantei versos de como quando uma mãe chora querendo o bem do filho...
Fiz com que ele visse que ele é tudo o que tenho. Coração.
Pulsou leve, sem doer mais. E eu continuava naquela noite cantando e cantando para ele esquecer das pessoas, e lembrar que sou eu que o tenho, e que se ele parar sou eu que vou morrer, não quem o fez mal.
E, quando o olhar fixo que procurava o nada voltou a perceber onde estava, voltei minhas mãos ao céu e agradeci:
_ Obrigada, Deus, por deixar que eu cantasse para o meu coração, e o fazer entender que, eu, sou mais importante que qualquer sentimento ruim, que possa fazer ele desistir de viver.
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