terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Que mundo chato que é de adulto... Tem que pensar demais pra se fazer as coisas... tem que fazer tanta coisa certa, tanta perfeição que nem sorrimos mais uns para os outros... Só trabalho, trabalho, trabalho. Quando era criança...

Quando era criança olhava pros outros... Pegava neles... E gritava: Tá com você!!! E saía correndo com aquele sorrisão extenso. Naquele tempo de criança eu olhava mais para os outros e sorria mais por coisas bestas.

Brincava de mamãe e filhinha e não tinha que trabalhar para comprar a comida da minha boneca. Plantava mato e dava barro como se fosse uma sopinha suculenta.

Conversava com a minha boneca e fazia muito carinho nela, porque ela tinha que parar de chorar pra eu dormir logo, né?! Ela estava com medo do escuro.

Lembro-me que naquelas noites que chovia muito... Que acabava até a luz... Eu e minha filhinha, minha prima e a filhinha dela dormíamos todas no mesmo quarto. Rindo de noite para expulsar a chuva e os trovões, que eram amedrontadores.

E o barro do dia seguinte?! Era preciso muita cautela e paciência para passar aquele mundaréu de lama que sempre foi maior que nós... Mas é claro... Sem deixar nossas filhas encostarem naquela melecada toda.

Risos...

Tudo era motivo para risos. Alguém levando um tombo no lodo... Papai Noel trazendo presentes... Chocolates... O Fogão deixando a casa quentinha e aconchegante.

Parece que quando se leva uma vida de adulto se leva uma vida contrária à criança, ou seja, contrária ao riso. Aí você começa a lembrar de tudo... Te dá uma preguicinha que só tinha quando era criança... E assim você consegue dormir, esquecendo os problemas.

Pensar, raciocinar, solucionar enigmas complexos e ser herói do mundo. Isso todo mundo quer ser... Mas... É tão difícil ser isso e ainda ser feliz...

Pra que ser tudo se sem felicidade você não é nada?

Às vezes as pessoas são tão bobas, mas tão felizes, que não precisam de fortuna nehuma pra viver bem... E algumas pessoas precisam ficar pobres para lembrar como eram tão felizes sendo aquela criancinha que não tinha nenhum tustão.

Um comentário:

diMarie disse...

É exatamente assim como me sinto as vezes... Nostalgias de um passado não tão distante. Um passado tão perto, logo ali ao lado e ao mesmo tempo tão fora de alcance. Como se uma torre estivesse ao nosso lado, mas os 'sorrisos' estão lá no alto, onde não podemos alcançar. Ou então os 'risos' estão no fundo do mar, mas ainda não aprendemos a nadar...